É com grande satisfação que inauguramos o primeiro artigo de No Mundo do Vinho Decanter. Um espaço para falarmos desta bebida tão falada desde a antiguidade, preservada ao longo da história e que teve um desenvolvimento explosivo nos últimos cem anos, com novas áreas produtoras de vinhos de qualidade por diversas regiões do mundo.
O objetivo é ser construtivista, passar conceitos do básicos para os avançados, indicando rótulos, bebidas, livros, filmes e vinícolas para serem degustados.
Vamos começar do início?
Vinho é uma bebida feita a partir suco de uva fermentado, também é chamado de mosto. A fermentação é feita pelo processo de ação de leveduras que transformam o açúcar do suco de uva em álcool. Parece simples, mas não é. Tal ação não é direta e é dividida em etapas.
Vamos primeiro conhecer a uva?
A uva vem de uma planta chamada Videira. A Uva é um fruto que nasce a partir de uma flor pequena (uva bebê) que se desenvolve.
A uva é composta por 3 partes:
a) grainhas e engaços que devem ser retirados para fazer o mosto pois são muito amargos;b) Pele: que contém altos índices de sabores além de cor e taninos (que confere adstringência à bebida) presentes em patamar bem mais elevado nas uvas tintas e;c) Polpa: que é composta por água e açúcar principalmente, mas também ácidos e sabores. É da pele das uvas tintas que vem a cor escura dos vinhos tintos.
Para se fazer vinhos tintos, se usa uvas tintas. Para se fazer vinhos brancos se usa uvas brancas ou uvas tintas cujas cascas foram retiradas antes da fermentação. E como se dá este processo?
Os vinhos tintos e rosés são feitos primeiro esmagando as uvas, depois é feita a fermentação alcoólica em cubas de inox (os rosés tem as uvas escoadas das peles logo após um curto período de maceração), depois é feita a prensagem, armazenamento, envelhecimento (se for o caso) e com o posterior acondicionamento em garrafas.
Já os vinhos brancos são feitos primeiro esmagando as uvas, prensando-as na sequência, aí então é feita a fermentação alcoólica em cubas de inox, armazenamento, envelhecimento (se for o caso) e com o posterior acondicionamento em garrafas.
A fermentação é feita pelo processo de ação de leveduras que transformam o açúcar presente no suco de uva em álcool.
Entendemos o processo?
Daí para diferenciar um vinho de outro vamos estudar para frente os tipos de variedades das uvas que possuem diferentes elementos químicos e taninos que levarão a diferentes resultados aromáticos.
O tanino é um elemento estrutural importante para o vinho. Quando consumido o vinho, ele se mistura com a saliva, deixando a boca áspera, proporciona uma sensação secante na qual se pode perceber bem nas gengivas acima dos dentes frontais para onde se deve sempre conduzir uma parcela do que se bebe. O tanino é associado à palavra adstringente. Que é esta situação que a boca sente quando o vinho é consumido.Os patamares de adstringência leva a conclusão se o vinho foi feito com uvas maduras ou não, se ele tem mais ou menos corpo.
Há vários tipos de uvas que faz vários tipos de vinho. Cada tipo de uva é chamada de varietal.
A uva tem períodos. O momento de colheita da uva se chama Vindima. Na vindima, é podada a videira. No inverno a videira não tem atividade até a primavera quando vem a florescência. Neste momento a flor que vai virar uma uva é a uva bebê. Ela é frágil e facilmente afetada por neve ou geada, podendo congelar e morrer em razão de frio fora de época.
O vinho pode ser feito de uma única uva, sendo, portanto, varietal, ou pode ser um corte ou medley, feito a partir da mistura de várias uvas. A mistura de várias tipos de uvas é muito comum na Europa, onde os vinhos são muito mais conhecidos por serem de uma determinada região (terroir) do que ser de um tipo específico de uva. Mas isso é assunto para a próxima semana.
Gabriel Mozart é Sommelier WSET3, empresário, economista, jurista e geógrafo.
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